Brasil pode ter um novo recorde de importações em 2025 devido a demanda por fertilizantes

O mercado brasileiro de fertilizantes segue em ritmo forte em 2025. De acordo com o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e setembro, as importações nacionais dos principais produtos do segmento registraram alta de cerca de 6% em relação ao mesmo período de 2024.


Se o ritmo for mantido até dezembro, o Brasil poderá atingir um novo recorde anual de importações, consolidando-se como um dos maiores consumidores globais de insumos agrícolas.




Demanda interna mostra força mesmo com custos elevados

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, destaca que o desempenho das importações reforça a resiliência da demanda interna, mesmo diante de margens de lucro mais apertadas para os produtores rurais.


“Apesar de um cenário de troca menos favorável e de preços internacionais ainda altos, o Brasil mantém um forte apetite por fertilizantes. Isso evidencia a robustez do mercado e uma mudança gradual no perfil dos produtos importados”, afirma Pernías.


Fertilizantes menos concentrados impulsionam volume importado

Segundo o relatório, parte do aumento nas importações está ligada à maior participação de produtos com menor concentração de nutrientes, como NP, SAM e SSP.


Esses fertilizantes, por serem menos concentrados, exigem volumes maiores para atender às necessidades nutricionais das lavouras brasileiras, o que amplia o total de toneladas importadas.


Entregas domésticas também avançam com força

No mercado interno, as entregas acumuladas entre janeiro e julho cresceram quase 11% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse desempenho reflete o forte ritmo de consumo dos produtores rurais e a disponibilidade ampliada de fertilizantes de menor concentração.


A StoneX avalia que a demanda final permanece firme, sustentada pela preparação para a safra de verão e pela necessidade de reposição de nutrientes nos solos.


Ritmo pode desacelerar no último trimestre

Apesar dos resultados positivos, o padrão sazonal do consumo brasileiro exige cautela. Historicamente, a maior parte das compras ocorre antes do plantio da safra de verão, o que pode levar a uma redução do ímpeto de compra entre outubro e dezembro.


“Com os trabalhos de campo em andamento, o volume de novas negociações tende a cair. O desempenho das importações e das entregas até o fim de 2025 dependerá das decisões comerciais que serão tomadas nos próximos meses”, explica Pernías.


Perspectiva para o setor

Se o comportamento do mercado se descolar da sazonalidade observada em anos anteriores, ainda há potencial para novos ajustes até o final do ano. O cenário geral, no entanto, segue positivo, sustentado por uma demanda interna sólida, bons preços agrícolas e estratégias de compra antecipada por parte dos produtores.



Fonte: Portal do Agronegócio

Postagem Anterior Proxima Postagem