Estados Unidos reduzem tarifa sobre café brasileiro, mas mantêm imposto adicional e frustram exportadores

Corte anunciado pelos Estados Unidos diminui parcialmente as tarifas sobre produtos alimentícios, mas mantém cobrança extra de 40% que afeta diretamente o café brasileiro.



Corte parcial das tarifas decepciona exportadores

Os Estados Unidos anunciaram a redução de tarifas sobre cerca de 200 produtos alimentícios, o que inicialmente gerou expectativa positiva entre exportadores brasileiros. No entanto, o alívio foi limitado: as alíquotas sobre o café e outros itens do agronegócio brasileiro caíram de 50% para 40%, frustrando o setor, que esperava pela eliminação completa das cobranças adicionais.


De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o ajuste incide apenas sobre taxas de reciprocidade criadas em abril, que representavam 10% das tarifas aplicadas ao Brasil. A tarifa extra de 40%, imposta em julho, segue vigente, o que reduz o impacto positivo da medida.


Negociações entre Brasil e EUA avançaram desde outubro

As tratativas para flexibilizar o chamado “tarifaço” vinham ganhando força desde outubro, após um encontro entre os presidentes dos dois países na Malásia. Fontes próximas às negociações indicavam um clima favorável à revisão das medidas, mas o governo norte-americano optou por agir com cautela.


Na última sexta-feira, o presidente Donald Trump declarou a jornalistas que não vê necessidade de novos cortes tarifários, afirmando que sua administração espera reduzir os preços internos — atualmente pressionados pela inflação antes de avançar em novas concessões comerciais.


Setor cafeeiro pede esclarecimentos sobre impacto real

O anúncio causou reação imediata no Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que emitiu uma nota oficial pedindo mais clareza sobre o alcance da redução. Segundo a entidade, é preciso compreender como as duas taxas incidem sobre o café brasileiro e de que forma a nova alíquota será aplicada na prática.


“O Cecafé está em contato com seus pares americanos neste momento para analisar cuidadosamente a situação e termos noção do real cenário que se apresenta. Voltaremos a nos pronunciar tão logo tenhamos os devidos esclarecimentos”, afirmou o presidente da entidade, Márcio Ferreira.


De acordo com o Cecafé, ainda é cedo para mensurar os impactos da decisão sobre os contratos de exportação. O setor avalia que, sem o fim completo das tarifas, o café brasileiro continuará em desvantagem competitiva no mercado norte-americano.


Expectativa de novas rodadas de negociação

Embora o corte parcial represente um pequeno avanço diplomático, o governo brasileiro deve continuar pressionando os Estados Unidos por uma redução mais ampla e definitiva das tarifas que incidem sobre produtos agropecuários.


Fontes do Itamaraty indicam que novas rodadas de negociação devem ocorrer nas próximas semanas, com foco em equalizar as condições comerciais entre os dois países e reforçar a competitividade das exportações brasileiras.


Fonte: Portal do Agronegócio


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