Saiba como produtores rurais podem se proteger de calotes de cerealistas

Perdas milionárias reforçam a importância de segurança jurídica no agronegócio

Nos últimos anos, cresceu o número de relatos de produtores rurais que entregaram sua safra a cerealistas e não receberam o pagamento, segundo análise do advogado Leandro Amaral. Em muitos casos, o prejuízo compromete não apenas a colheita, mas também a sustentabilidade financeira da propriedade e da família.

Grande parte dessas transações ocorre sem contrato formal, baseada apenas na confiança e em promessas verbais, deixando o produtor vulnerável caso a empresa não honre o pagamento.

 


 


Checklist de prevenção antes da negociação


    Para reduzir riscos, Amaral recomenda uma gestão de risco cuidadosa antes de fechar negócios:
    Pesquise a empresa: consulte o CNPJ da cerealista, verifique protestos, ações judiciais e processos de recuperação judicial.
    Verifique silos e armazéns: solicite a matrícula atualizada no cartório para garantir que os bens não estejam alienados a bancos.
    Converse com outros produtores: busque referências de quem já negociou com a empresa para confirmar pagamentos realizados.

    “A confiança é importante, mas não substitui a segurança jurídica”, alerta Amaral.



Durante a negociação

    Exija contrato formal: inclua quantidade, preço, prazos e garantias claras.
    Opte por garantias reais ou financeiras: caução, aval, fiança bancária ou seguro de crédito aumentam a proteção.
    Peça sinal ou pagamento parcial antecipado: evite entregar toda a carga sem receber nenhum valor.



No momento da entrega

    Documente tudo: guarde romaneios, notas fiscais e recibos assinados.
    Registre imagens: fotos e vídeos da pesagem e descarga ajudam a comprovar a entrega e evitar disputas futuras.



Após a negociação

    Monitore prazos de pagamento: caso o vencimento seja descumprido, envie notificação extrajudicial imediatamente.
    Reaja rápido a atrasos: suspenda novas entregas até que a situação seja regularizada.



Estratégia de longo prazo

    Prefira empresas sólidas: cooperativas e tradings consolidadas oferecem menor risco de calote.
    Diversifique clientes: não concentre 100% da safra em uma única empresa.
    Mantenha assessoria jurídica contínua: contratos revisados e acompanhamento especializado reduzem riscos e protegem o patrimônio.

    “Muitos calotes poderiam ser evitados se os contratos tivessem cláusulas de garantia bem definidas. Ter um advogado especializado custa menos que o prejuízo de uma safra perdida”, alerta Amaral.

Seguindo essas práticas de prevenção, o produtor rural consegue proteger sua safra, garantir recebimento e manter a sustentabilidade do negócio frente a riscos de calotes no agronegócio.



Fonte: Portal do Agronegócio

Postagem Anterior Proxima Postagem